Dores

Caminha nos sertões

A dor profunda, hemorragia

Quero sumir no horizonte

Esquecer o que sou ou represento

Na vitrine dos homens

Na terra de aço e plásticos

Olhos espreitam para todos os lados

Na agonia dos seres sem destino ou sonhos

Choram o pesadelos de existir..

Movimento das pernas de ferro

Carruagens que flutuam

Ao mundo desconhecido

A fase do progresso

Roubou o gesto de ser simples...

Que acabou foi subtraído

Pelas linhas da internet

Bojo das cadeiras macias

Navegam nas ondas do mundo

Que saber de tudo esquece

A própria loucura camuflada.

Não vai acabar?

Apenas entrever agonia

Da impotência das tecnologias

Jazem das horas mortas

Coração opaco e murcho

Homem tecnológico da nova era

Sufrágio do caos na nova vida

Valdecir Rezende de Souza
Enviado por Valdecir Rezende de Souza em 21/07/2024
Reeditado em 21/07/2024
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