Dores
Caminha nos sertões
A dor profunda, hemorragia
Quero sumir no horizonte
Esquecer o que sou ou represento
Na vitrine dos homens
Na terra de aço e plásticos
Olhos espreitam para todos os lados
Na agonia dos seres sem destino ou sonhos
Choram o pesadelos de existir..
Movimento das pernas de ferro
Carruagens que flutuam
Ao mundo desconhecido
A fase do progresso
Roubou o gesto de ser simples...
Que acabou foi subtraído
Pelas linhas da internet
Bojo das cadeiras macias
Navegam nas ondas do mundo
Que saber de tudo esquece
A própria loucura camuflada.
Não vai acabar?
Apenas entrever agonia
Da impotência das tecnologias
Jazem das horas mortas
Coração opaco e murcho
Homem tecnológico da nova era
Sufrágio do caos na nova vida