216°
Meus delírios escritos ou digitados
Navalham a mão calejada de trabalho
E me tiram a realidade desumana
Vou anarquizando meus versos
A poesia não pode ser vista
Ela existe para ser sentida
E apesar dos apesares eu a sinto
Sinto muito por amar a vida
Apesar de parecer assintomático
Em mim ferve uma vontade de viver
As mãos atrofiadas carregam a escrita
De um poeta que precisa se alimentar
De um corpo de energia limitada
Se esgotando diariamente
E deixando de ser visto
Otreblig Solrac - O poeta burro