O Berço da Inocência: Entre a Fé Imposta e a Liberdade de Escolha
No berço da inocência, éramos todos descrentes,
Crianças sem amarras, mentes puras e carentes.
Mas os pais, como mestres, nos deram a herança
De crenças e dogmas, numa doce esperança.
De mamadeira de fé, nos alimentaram sem escolha,
Enquanto em nossas almas, a dúvida se atola.
Céu, inferno, rezas, histórias a nos cercar,
Num mundo de mistérios, sem podermos duvidar.
Nascidos ateus, transformados em fiéis,
Caminhamos pela vida, como elos de um cordel.
Mas lá no fundo do peito, um segredo guardado,
O desejo de escolher, um caminho traçado.
Freud nos lembra da infância, do medo e da proteção,
Dos amigos imaginários, na nossa solidão.
E assim as religiões se erguem, em busca de sentido,
Em seres e lugares que são só um gemido.
Deus, Alá, Jeová, em sua forma abstrata,
Nos acolhem e guiam, numa jornada exata.
Mas no íntimo da alma, a voz da liberdade,
Escolher o que crer, em plena felicidade.
No berçário da vida, nascemos sem amarras,
E ao longo dos anos, descobrimos nossas parcas.
Cada um com sua jornada, sua busca única,
No vasto universo, em busca da túnica.