Concreto, a Luísa
Todo ele era concreto
E Luísa Villalta, atenta
Aos milagres da vida
E da morte, escreveu
Os concretos poemas,
Que ninguém discute
Porque ela, Luísa,
Já morrera, jovem
E prematura envolvida
Sem dúvida nas dores
Da meningite. Não
Quero imaginar a morte
Em soidade, sem o lábio
Amigo que arrancasse
E sorvesse minuto breve
Em breve minuto os ais
Violentos do concreto
Lembrar ... morte cativa
Amores e tristezas ... e
Quiçá também alegrias
Agora soterradas nesse
Sofrer inclemente ...
Infernal no abandono
Do laio concreto ...