DEPOIS DA QUEDA
Um frágil e ténue equilíbrio rompe-se
As águas invadem selvagens os rochedos
Dezenas e centenas caiem, morrem, são levadas
A paz - a relativa paz - é destruída.
Vogamos entre destroços de verdade e mentiras
Difícil acreditar, sentir, os muros caiem…
Do mau tempo, das chuvas, voracidade humana
A confusão ergue-se num cone , altura imensa.
Vemos as ratazanas emergir do esgoto
Vêm multidões atacar, línguas e dentes
A reputação de rastos, violada
Nós não somos, não merecemos o repasto.
Farei do meu silêncio a guarita
Da desconfiança a muralha
Acredito que há algo superior a tudo isto
uma razão maior talvez divina.
Mas a praia está imunda e feia,o mar inóspito
A beleza o encanto, feitos pedaços
E as estrelas assustadoramente baixas
Ameaçadoras, terríveis e sem brilho.