DEPOIS DA QUEDA

Um frágil e ténue equilíbrio rompe-se

As águas invadem selvagens os rochedos

Dezenas e centenas caiem, morrem, são levadas

A paz - a relativa paz - é destruída.

Vogamos entre destroços de verdade e mentiras

Difícil acreditar, sentir, os muros caiem…

Do mau tempo, das chuvas, voracidade humana

A confusão ergue-se num cone , altura imensa.

Vemos as ratazanas emergir do esgoto

Vêm multidões atacar, línguas e dentes

A reputação de rastos, violada

Nós não somos, não merecemos o repasto.

Farei do meu silêncio a guarita

Da desconfiança a muralha

Acredito que há algo superior a tudo isto

uma razão maior talvez divina.

Mas a praia está imunda e feia,o mar inóspito

A beleza o encanto, feitos pedaços

E as estrelas assustadoramente baixas

Ameaçadoras, terríveis e sem brilho.

José Manuel Serradas
Enviado por José Manuel Serradas em 14/11/2023
Código do texto: T7931579
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.