Espectador
Espectador
Neste teatro da existência, entre luzes e sombras,
Eu, ator e espectador, desenho minha própria cena,
Buscando na autenticidade a essência que me entrelaça,
Despindo-me de máscaras, revelando a alma serena.
A cada alvorada, desvendo as camadas do passado,
Nu diante do espelho, encaro a verdade crua,
Como um rio molda sua paisagem, assim sou esculpido,
Pelos desafios, pelas águas tumultuadas da minha rua.
Despeço-me dos medos, que outrora eram correntes,
Folhas caem no outono, mas brotos surgem vigorosos,
A dança com o desconhecido, uma sinfonia em crescendo,
Notas que ecoam nas cavernas, revelando segredos preciosos.
Arqueólogo da alma, escavo lembranças enterradas,
Relíquias de uma jornada que se entrelaça ao presente,
Despenco das alturas que já não me servem,
Fertilizo o solo da renovação, a cada queda, um novo nascente.
A impermanência, beleza da vida em seu fluir constante,
Cada renúncia é um renascimento, uma chance de florir,
Despenco para dentro de mim, um mergulho intenso,
No jardim da existência, onde a alegria de ser é meu porvir.
Diego Schmidt Concado