O deserto ao meio dia
Cada dia navegando pelo deserto de areia escaldante,
Sem vida e com abutres esperando a tua morte ínfima,
Não parava de andar de que não caia em passo errante,
Porém ficou pequena pergunta, resumida em um enigma.
Com o camelo viajou-se durante dias e noites penumbrosas,
Escorpiões se aproximavam a noite perto do frio desértico,
Na fogueira ardiam os poucos galhos de formas amorosas,
O animal não aguentava mais então disse a mim: fico.
Desistindo de continuar a viagem ao meio dia efêmero,
A temperatura passava dos cinquenta graus positivos,
O viajante perseguia relativamente o seu rastro,
Não sabia certamente por quantos tempos iam ficar vivos.
Entre a metade da viagem encontrou um pequeno oásis,
Bebeu da água cristalina e saboreou tâmaras,
Porém não permaneceu lá mais que um dia porque não quis,
Queria saber por que sua viajem demorou tanto: não morras.
Quando chegou à terra dos califas da maldição exaustam-te,
Viu que seus objetivos eram maiores em sua missão,
Abasteceu e numa cidade comprou outro camelo distante,
Porém, no meio de dois dias este caiu doente grande comoção.
Agora precisava mais que tudo, e precisava de uma força,
Para continuar entre o dia quente e a noite gélida,
Enfim chegou ao meio-dia do deserto, apareceu a onça,
Toda feita de ouro fino, porém, com a boca fétida.