DESAMOR

No jardim do meu peito, o desamor floresce,

Em pétalas secas e em cores sem viço,

A chama que ardia, agora se esvanece,

Restando apenas o vazio e o sacrifício.

Era um amor que outrora parecia eterno,

Um elo de afeto e ternura infinita,

Mas o destino cruel, com seu olhar severo,

Separou nossos caminhos e desfez a escrita.

Nas entrelinhas da vida, restam as feridas,

Cicatrizes profundas, marcas da desilusão,

E o coração dilacerado em despedidas.

A melodia do amor, agora é só canção,

Que ecoa tristeza nas notas perdidas,

Revelando o desamor em sua dimensão.

Amar, oh, que engano foi amar assim,

Entregar-me a alguém sem olhar pra mim,

Encontrar no fim somente a solidão.

Os dias passam sem um sopro de calor,

Cada palavra tua é um gélido adeus,

Neste desamor, restou-me a dor e a dor.

A brisa do passado leva-me aos céus,

Lembranças desvanecem, deixando o pavor,

E minha alma vagueia, sem encontro, sem Deus.

Meu peito é o palco de uma tragédia sem fim,

Os versos que escrevo são gritos de aflição,

As palavras são farpas que ferem por dentro de mim.

O desamor insiste em seguir seu curso,

Transformando amor em mera ilusão,

Deixando-me sozinho, em sombrio percurso.

Ó, desamor, cruel e frio senhor,

Arrancaste a alegria, deixaste só amargor,

Deixaste-me sem rumo, sem qualquer direção.

Mas mesmo nas ruínas do amor que se perdeu,

Resta-me a esperança de um novo amanhecer,

Quem sabe um dia o desamor se desvaneça,

E eu possa encontrar um amor verdadeiro, renascer.