O REPLICAR DA POESIA II
“Mª. João De Sousa & Frassino Machado”
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DÚBIAS TEORIAS – Mª. João De Sousa
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Pouco se sabe sobre o bom soneto
Que, como um ovo, perfeito se fecha
E que eu encaro como um amuleto
Que me enfeitiça e que não mais me deixa
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Mesmo sendo pequeno e até discreto
Tem o suave mistério de uma gueixa:
Dizem, alguns, que está velho, obsoleto,
Mas ele ainda (en)canta e não se queixa!
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Não chora, este soneto, antes se ri
E dança, e canta e faz acrobacias
Sobre os catorze versos que escrevi
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Heroicamente alheio às tropelias
Das críticas erguidas contra si
Por muitas mais que dúbias teorias.
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Mª João Brito de Sousa
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SEMPRE POESIA – Frassino Machado
“Por muitas mais que dúbias teorias”
Se afirme ou não, com frágil argumento,
Velhos Sonetos não são encantamento
Mas, tão só, costumeiras fantasias…
Ai de nós, poetas, e das nossas poesias
Que não se ajustem àquele sentimento
Saído d´ alma humana, como alimento
Verdadeiro, não ao jeito d´ engenharias!
“Velho Soneto” não é obsoleto, não.
Apenas não é dono da «razão pura»
Nem do reinado da mera Literatura,
Tolerado, porém, com´ Convenção…
Composto com mestria – na estrutura –
Qualquer Soneto é digno d´ admiração
E é SEMPRE POESIA, queiramos ou não,
Se a Lira dos Poetas for segura!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM