148°
Toda essa fantasia que invento
Não condiz com minha realidade
Estou escrevendo minha dor
Transformando meus passos em amor
Tentando enxergar o mundo e seu valor
Preocupado com as contas que tenho que pagar
Meu corpo precisa do movimento
Um dia corrido não me deixa parar
E ao dormir o sonho consome o meu ser
São momentos de morte que tenho
Passo viver outras vidas quando estou dormindo
Mas toda manhã volto a ser o mesmo ser
Precisando levantar para tentar sobreviver ao dia
Tendo que vender meu tempo ocioso
Para ter dinheiro para pagar o aluguel
Para pagar os livros que “coleciono”
Faz tempo que não sento para observar o mar
Noite passada sonhei que era um pré socrático
E só vivia a observar a natureza
Ao amanhecer voltei a ser eu.
Otreblig Solrac - O poeta burro