Reportagem

A Alma expressa-se silente

No espaço exíguo do papel

E desmente o ser revel

Depõe exibe-se presente.

Imprime o vero sentimento

No sangue azul de uma caneta

A afetação legal rejeita

Em seu vital depoimento.

Confirma que foi sentinela

E vigiou o tempo inteiro

Em um desejo costumeiro

À luz visível da janela.

Notou o trânsito e a pressa

Das pernas ávidas de vida

Na confusão normal, a lida

Em cumprimento de promessa.

A liberdade em paz com o ensejo

Deferiu-lhe a ocasião

Que foi bonita a sua visão

Contra a maçã do rosto um beijo.

A trança que perdeu o laço

Se transformou em cabeleira

Na rua plena na ladeira

O corpo uniu-se a outro abraço.

Seraphim
Enviado por Seraphim em 02/01/2023
Código do texto: T7684913
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