desembestado
vou contar pra vocês
um tanto de vida
não que seja a minha
mas, poderia ser
já que tudo tem porquês
sendo amor e ódio
ópio dos sentidos
nesse meio, tantos atropelos.
numa dessas idas e vindas
punhado de sentimentos no meio
tristeza, medo, nojo, raiva...
alegria e felicidade
esses dois pingos d'agua
no deserto do ser,
né! que faz amolecer.
o mar da ilusão é de perder de vista
no que você quase alcança
a desilusão forte ativista
no desviar da vista
te joga no fim da fila
é tanto recomeço
de perder o endereço
no embaraço do enredo
bem no meio de onde é o começo
esses versos cheios de desejos
pensa ser cordel
mistura letras contando palavras
no rastro do improviso
o poeta num rabisco
acredita ser cordelista
na feira livre da fala
declamar não é sua praia
da janela dos olhos cansados
a madrugada se apaga
se por acaso verbos não casam
conjugados dormem.
jamaveira