Natalindo
Ultimamente me sinto triste
parece que falta um pedaço de mim
Uma prece num dia findo
Um dia sem que eu existe
Dependo daquilo que exala de meu rim...
Na sala lembranças vagam vagas
Saudades são barquinhos de papel
Que quando chovia os jogava na vala
E iam embora sem saber onde desembocavam...
Minha mãe fazendo arroz na panela
Eu a observava e na conserva da memória
Hoje tempero na salmoura o que dela aprendi
Nada se compara a este tempo que sem querer perdi
A vida está se perdendo quando dormimos
Nada volta nos pingos que a chuva marca na janela
Tudo o que mais perdemos pouco vimos
Nada é mais importante quando ao invés de fecharmos
Os olhos sermos suas eternas sentinelas...
Descansar é a meta do ser humano
Mais cedo ou mais tarde
Fogo quando arde
É que nem choro de criança de um ano
Pouca lágrima pra anto alarde...
E assim vamos seguindo
A tristeza é uma princesa adormecida
O sol sempre depois da tempestade vem sorrindo
Seu dente de ouro doura o orvalho da vida
E a vida se acetina neste natal
Da qual somo meus sonhos
Com todos dividindo...