É duro seu Zé
É duro seu Zé
Brasil é machado em tapicuru.
Quanto mais humilhado.
Encaixotado, escravizado, enjaulado.
O perverso ainda quer enfiar o dedo no olho.
Se não arranca, quer que vire zarolho.
Leste a Oeste, Norte a Sul.
Compreendem né, madeira de lei.
Povo, somos carvalhos eu sei.
Como negro tapicuru.
Abram o olho, meu grito ta tinindo.
Desde mil e quinhentos quando menino.
Eles mandando agente tomar no olho.
Nós, eu contemplo o canto do Uirapuru.
Covardes, donos das grades e algemas.
O complô dentro do sistema.
Difamadores, acusadores, caluniadores.
Usurpadores, donos de fortes esquemas.
Uma legião de demônios.
Cravado até o tutano nos neurônios.
Eita povo refém de terríveis dilemas.
Enquanto as mazelas duelam.
A classe inferior refém, repito, refém apela.
Apela pela necessidade, se rendem.
Eis que está um terrível problema.
O paradigma do caos.
A maré alta, o povo não calcula o naus.
O barco balança.
Nos cobram caro, caros senhores, doutores.
Respiremos de Cristo, coração de amores.
Aquietei, não como os pães de amargas dores.
Meu povo, grite, mesmo no silêncio, clamores, louvores.
Giovane Silva Santos