Saudades de mim
Ando saudoso de mim
Dos tempos em que eu ousava
Das lutas travadas e cujo fim
Só ao bem comum interessava
Vestido de nobres ideais
Eu conduzia a marcha
Como um Quixote e seus ais
A esperança n’alma embrionada
Ando saudoso dos velhos amigos
Cumplices fieis em tantas revoluções
De amor e esperança vestidos
Fé pulsante em nossos corações
Saudades de ti minha menina
Doce e terna guerreira
Das trincheiras eras tu a mais linda
A mais valente e audaz companheira
Ando saudoso das velhas canções
Que embalavam nossos sonhos de amor
Versos tecidos de encantos e paixões
Que tua boca recitava com fervor
Saudades da aguerrida juventude
Ávida por desfraldar o amanhã
Não a autodestrutiva que ora insurge
Estéril e de causa vã
Ando saudoso de mim
Dos tempos em que eu ousava
Das lutas travadas e
cujo fim
Só ao bem comum intessava
Jota Jota Sousa
Oeiras, 22/11/21