POEMA ANTIVÍRUS
Andam pela cidade algures, vermes,
Não sei onde me encontro, perdido
Me acho, vou à procura dum abrigo,
Onde me defenda dos paquidermes.
Paquidermes há muitos, traiçoeiros,
Atacam pelas costas, com a frieza
Dum sanguinário sem sentimentos,
Que faz parte dos muitos dementes.
Dementes é o que bastante abundam.
Vieram doutro mundo para um ataque,
Com o fim malévolo de apenas matar,
Tanto em terra como no ar e no mar.
No mar é onde o homem sobreviverá
Até o monstro desaparecer no tempo
Doutro momento, em que acabará
Por desistir de praticar acto nojento.
Nojento e indesejável é um selvagem
Que apareceu na terra nas cavernas.
Sem braços, sem olhos e sem pernas,
Mas que pelo tacto vê uma miragem.
Miragem do irreal e do descomunal.
Que é aberrante e tão sobrenatural,
Que causa tantos danos no homem,
Como autêntico e cruel lobisomem.
Ruy Serrano - 22.06.2021