VISÃO ESPELHADA
VISÃO ESPELHADA!
Tenho consciência do agora... já... E aqui!
Vejo-me do lado de dentro de uma janela...
E numa espiadela vejo o lado de fora! ...
Agora pressinto-me em duas dimensões:
Presente e futuro! Caio como fruto maduro!
No chão da existência sinto-me pisado e macerado
Por gigantes ameaçadores... Destruidores!
Ratejo de lanço em lanço, entre o real e o
Ficcional!... Material e espiritual... Isso é visceral
E normal, porquanto sou dimensionado nas
Limitações do pecado!... Sou um frustrado!
Numa fração de tempo vislumbro soluções
Mas, em abstrações vejo-me divagando
Em mares revoltos de vagalhões ameaçadores...
Nebulosas aparições aturdem-me a razão...
Preso num bunker estou sem liberdade e
De mãos atadas e impotentes à vida liberta...
Num beco sem saída vejo-me numa vida
Obscura e incerta de muitos alertas!
De volta ao tempo que não avança,
Sou um náufrago se afogando à deriva
De tempestades sem bonança!
Minha realidade está mergulhada num espelho!
Tenho visão distorcida de outro lado...
Imaginário cepelho a espreitar-me astuto,
Na surpresa de uma cilada desvairada!
Visão surreal descortina-se como miragens.
Em árido deserto errante e sem rumo
Caminho cambaleante e trôpego como imagem
De falsa filmagem!... Palco de cortina abaixada
Dum teatro de marionetes manipulado e
Dominado pelas forças terrestres... Sou
Uma imagem espelhada e invertida, mas celeste!
Jose Alfredo