SONHOS E TEMPORAIS
SONHOS E TEMPORAIS
É impossível suportar os temporais
Da vida além do sinistro cais!
Aborto a caminhada no primeiro porto...
Sigo impaciente no inconsciente absorto!
Entre relâmpagos e trovões, os arranhões
Das quedas, e, desvairados tropeções!
Pelos guetos esgueiro como rato assustado...
Errante, e, fugitivo escondo-me desolado!
Em mares revoltos navego sem rumo...
Sem direção, afundo sem prumo!
Sem luz, e, em túnel fundo a escuridão
De um mundo na sofreguidão!
Há muitas cruzes, nesse calvário...
A cada pecado seu corolário!
Uma conta a pagar no livro da vida!
Dívidas cobradas, e, não resolvidas!
Por veredas desérticas, e, sol escaldante,
Marcas deixadas na areia ardente!
Mendigo da vida e maltrapilho,
Carrego a arma e aperto o gatilho...
Tudo se resolveu em breves segundos...
Mudo-me de endereço, e, de mundos!
Ainda, que, covarde abri mão de viver...
Já não sei mais o que é sofrer!
De repente acordei, e vi que estava ainda vivo!
Preferi, então, seguir a luz da razão efusivo!
Jose Alfredo