Paredes ( Presente na Antologia Poetas do século XXI )
Paredes.
Apenas um dedo, gabava-me diante de meus alunos,
O universo em meu anular.
Preso, em meu mundo cadeira sorria.
Refletia.
Desesperados jovens achavam pouco,
Um terceiro ou quarto lugar, time predileto.
Torciam o nariz e postavam a indignação.
Na tela o infinito, estrelas, cometas, sóis, e
O micro visto sob lentes, também na tela.
Nenhum sorriso, só a derrota no futebol importava.
Desfilam-se os mistérios diante de olhos sonolentos,
O vírus a invadir nossas vidas, terror.
Mas o queijo não derretido os revoltou. Isso odiavam.
Os mares adentram costas com pais e famílias,
A parede de água os levam, não voltarão mais,
E a marca do desodorante não era aquela, indignação!
Nem a cor do esmalte que tanto desejou. Suspirou.
Há frieza na tecnologia, para eles,
São apenas filmes e os atores voltarão a encenar.