Paredes ( Presente na Antologia Poetas do século XXI )

Paredes.

Apenas um dedo, gabava-me diante de meus alunos,

O universo em meu anular.

Preso, em meu mundo cadeira sorria.

Refletia.

Desesperados jovens achavam pouco,

Um terceiro ou quarto lugar, time predileto.

Torciam o nariz e postavam a indignação.

Na tela o infinito, estrelas, cometas, sóis, e

O micro visto sob lentes, também na tela.

Nenhum sorriso, só a derrota no futebol importava.

Desfilam-se os mistérios diante de olhos sonolentos,

O vírus a invadir nossas vidas, terror.

Mas o queijo não derretido os revoltou. Isso odiavam.

Os mares adentram costas com pais e famílias,

A parede de água os levam, não voltarão mais,

E a marca do desodorante não era aquela, indignação!

Nem a cor do esmalte que tanto desejou. Suspirou.

Há frieza na tecnologia, para eles,

São apenas filmes e os atores voltarão a encenar.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 03/12/2020
Reeditado em 20/02/2024
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