CENA INSÓLITA
UMA CENA INSÓLITA
Qual teria sido o semblante daquela Mãe
Cujo Filho estava à sua frente, suspenso
Numa enorme cruz, com mãos, e, pés
Cravados, e, traspassados por longos pregos!
E, o sangue escorrendo até o chão da Caveira!
Gerado em seu ventre e jovem ainda, a Mãe
Estraçalhada nos seus sentimentos e
Piedade contemplava a morte lenta do amado!
Aquele silêncio era sepulcral. Apenas os gemidos
De dor saiam dos lábios daquele crucificado!
E, a Mãe em profunda agonia Lhe fazia companhia!
Os olhares se cruzavam de Mãe para Filho, de Filho
Para a Mãe!... Nos seus piedosos olhares estava
Selado o destino de toda a humanidade!
“Tenho sede” Ele gritou! Deram-lhe vinagre...
Alguns riam e zombavam-no daquele desfigurado...
E, a Mãe no seu silêncio maternal, não arredava pé
Daquela insólita cena!... Era apenas cena terrena!
O crucificado estava para entregar o Espírito ao Pai...
Ela o fitava com olhos lacrimosos e chorosos...
Vez ou outra Ele gemia... Se contorcia... Pendia aos lados...
Tentava uma posição de conforto que lhe amenizasse as dores!
Respirava fundo, pois seus pulmões não respondiam mais ...
O ar começava a faltar-lhe... Seu corpo estava trêmulo...
Ele perdia suas forças e definhava para a morte!
Ao seu derredor, o Monte começava a mergulhar nas trevas...
Uma escuridão se abateu e a natureza falava por si só, e,
Gritava pelo sangue daquele Justo! Trovões e ventos fortes
Açoitam o Gólgota e amedrontam as testemunhas da cena...
E o crucificado, grita alto: - “Tudo está consumado”!
Ele entra para ao seu Reino junto do seu Pai...
Por aqui ficam sua Mãe e seus amigos sob suas bênçãos!
Os algozes abriram seu lado com lanças, mas, Ele estava morto!
O coração da Mãe pleno de amor chorou fundo naquela cena do mundo!
Desceram-Lhe seu corpo macerado da sangrenta cruz... E, o
Entregaram à sua mãe! Ela o abraçou sobre seus braços maternos
Fez a sua oração ao Pai, e, certamente também O entregou à
Piedade Divina, pois Ela sabia quem era o seu Filho!
Ele desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia,
Permaneceu quarenta dias com seus amigos, depois subiu
Aos céus nos prometendo o Reino e deixando o Paráclito
Como nosso defensor e advogado ! E subiu aos céus donde saiu!
Jose Alfredo