QUE COISA MISTERIOSA É ESSA...
Um planeta
Umas vidas
Uns pontinhos
No espaço
Nu universo
Do reverso
Sem brilho
Sem trilho
Vagando
Lentamente
No compasso
Sem passo.
E eu faço
E refaço
As contas
Das pontas
Da linha
Que eu tinha
Nas mãos e
Se foi, não
Sei, se sou
Ou se passou
Despercebido
Na mente.
Perdido no
Labirinto da
Mente e a
Semente
Que se plantou
Não nasceu.
Floresceu, não
Sei onde
Não que eu
Quisesse ou
Foi sem querer
Que eu... eu...
Vi, mas não
Ouvi o que
Se passou
E no tempo
Da lida, da
Vida da gente
Só é, mas não
Está e se vai
Pelas pontas
Dos dedos
Das mãos
Pontilhadas.
De solidão
É visão do
Ser, sem ao
Menos, assim,
Compreender
A razão de ser.
Pensa em se
Morrer, mas
Não pode.
Pois não tem
Dinheiro para
O sepultamento.
Vai na rede mesmo
Pau atravessado
E o grito também
Intalado na
Garganta do infiliz
Cantoria à fora.
Vai na esteira e
Quando chegar lá
Desce o corpo
Alma e coração
Mas fica, e na
Inteira solidão.
Entenda ou não
É assim mesmo
No planeta.
No cosmo, no
Verso e anverso
Da história
E que história
Sem fim, ai meu
Deus quem me
Dera poder um
Dia, quem sabe
Compreender.
No infinito, o dito
Popular é que
É melhor ser do
Que está e o povo
Tem um governo
Em algum lugar
Da vida, presente,
Passado ou futura...
Ah! se tem e é um
Governo à altura
De sua ignorância.
Assim é o meu lugar
Lá num pontinho
De nada nesse
Universo tétrico
Da ida sem vida
E sem vereda certa
Pois não tem um
Sequer que saiba
Consertar o rasgo
Da história da
Administração no
Coração daquele povo.
Que chora porque
Quer, pois deixa
A ignorância
Interplanetária
Dominar os impulsos
Decisórios da vida.
Lamentações vem e
Vão, arrebentando os
Açudes e rios das
Almas das gentes
Sofridas e tidas
Como miseráveis
Sem ao menos ser!
O que mata é a
cegueira, cívica e
Cultural, intelectual
Ou não, pois a
Inteligência... onde
Está? Ainda virá?
Oh! Cidade querida!
Pontinho de universo
No meu coração...
Feitoria...Agricolândia
Ou posso chamar
Apenas de meu amor.
O sangue que corre
Em minhas veias
Tem o barro teu
A cinza de um vulcão
Que já queimou
No meu coração!
Meu corpo tem o
Perfume das tuas
Matas, das roças
Que eu nunca rocei
Mas vivi nas
Entranhas queimadas.
Na mente até o cheiro
Da terra, das primeiras
Chuvas do inverno
E os pequis na chapada
Que eu nunca achava se
Não fosse novembro.
É assim mesmo! oh! Se é!
O coração vai derretendo
E não vou compreendendo
Que coisa misteriosa
É essa que vem e vai
E mesmo assim não passa!(?)
Camilo Martins Neto
Aqui, hoje, 30.01.05