Ao contrário
VAZIOS CAIXÕES!
Esqueci como se pensa!
De pernas para o ar
Penso ao contrário!
Sem prumo nem rumo,
Presumo-me sem norte!
Não há lógica de aporte
À compreensão!
Minha memória foi
Apagada pela escória!
Subtraiu da minha história
Momentos de passado,
Prazeres do presente,
No futuro demente!
O relógio do meu viver
Anda para trás, e, apenas
O ponteiro dos minutos
Apontam-me diminutos
Instantes de razão!
Ausentes de coração
Reajo como um robô
Com corpo de lata, e
Óleo como sangue
E, armas em bumerangue!
Sinto-me em imagem distorcida
De realidade adormecida...
Há dias que são noites...
No sol o espectro da lua
O azul celeste em negra
Escuridão me renega
O direito de pensar
Minha direção é contrária
Mas a razão é depositária
De lógica e raciocínio!
Quero entender, porquê
De todo o morticínio
Em vazios caixões?
Jose Alfredo