Ao contrário

VAZIOS CAIXÕES!

Esqueci como se pensa!

De pernas para o ar

Penso ao contrário!

Sem prumo nem rumo,

Presumo-me sem norte!

Não há lógica de aporte

À compreensão!

Minha memória foi

Apagada pela escória!

Subtraiu da minha história

Momentos de passado,

Prazeres do presente,

No futuro demente!

O relógio do meu viver

Anda para trás, e, apenas

O ponteiro dos minutos

Apontam-me diminutos

Instantes de razão!

Ausentes de coração

Reajo como um robô

Com corpo de lata, e

Óleo como sangue

E, armas em bumerangue!

Sinto-me em imagem distorcida

De realidade adormecida...

Há dias que são noites...

No sol o espectro da lua

O azul celeste em negra

Escuridão me renega

O direito de pensar

Minha direção é contrária

Mas a razão é depositária

De lógica e raciocínio!

Quero entender, porquê

De todo o morticínio

Em vazios caixões?

Jose Alfredo

Jose Alfredo
Enviado por Jose Alfredo em 30/04/2020
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