TIRASTE-ME TUDO NÃO ME DESTE NADA
Tiraste-me tudo, não me deste nada,
Fiquei mais pobre sem saber porquê,
Não te tratei mal, fui teu bom amigo,
Para te defender enfrentei o inimigo.
O inimigo não tem rosto, é cobarde,
Ataca quase sempre ao fim da tarde,
Quando o sol se esconde e anoitece,
E a minha casa se fecha e arrefece.
Tiraste-me tanta coisa, até a saúde,
Foste cúmplice do tempo invernal,
Que me castigou com frio infernal,
Bendito chá de limão, bela virtude.
Tiraste-me tudo, não me deste nada,
Não me tiraste mais porque acabara,
Teu defeito é sofreres de grande tara,
Pagarás por tal, acabarás numa vala.
O que me sobrou tem bastante valor,
Mais do que aquilo que tu me tiraste,,
O maior mal foi esta enorme e vil dor,
Que sem sentimentos me causaste.
Ruy Serrano - 19.02.2020