CONCRETA

CELULANDO PELA VIDA

Abstrato e distraído... Olhos voltados ao celular...

Numa bolha, a realidade circunscrita à telinha...

Os humanos mergulham sem se darem conta

Na outra ponta da existência a sobrevivência!

Circunspectos olhos, e, dedos presos ao celular

Não tem tempo para olhar ao derredor!

Mudos, não falam nem ouvem nem sentem...

A que mundo pertencem?

Celulando pela vida, e abstratos ...

On-lines e cibernéticos nem um pouco poéticos...

Vítimas aprisionados e locupletados

No ínfimo detalhe de poder!... O celular!

No digitar se comunicam com o desconhecido.

Conectam-se com as divagações lunáticas.

Digitam impensados vocábulos travestidos.

Ocultam-se atrás de cortinas idiopáticas!

Objeto de adoração prende a atenção!

Subtrai a fala... Ficam todos na mesma vala!

Pais e filhos, amigos, correlatos insensatos!

A razão delimitada às teclas se cala!

Celulando pela vida como atentos zumbis,

Humanos distraídos, e, de diversos perfis

Buscam no celular estranho pensar!

Jose Alfredo

Jose Alfredo
Enviado por Jose Alfredo em 04/02/2020
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