RESTOS DAS FILEIRAS
As vezes escrevo só pra mim
Nem tentes entender
A dor que cala meu peito
Difícil de esconder
É a mesma do jeito
Que as coisas tem que ser
E não são, num sei porque
As vezes fico calado
Pensando o que escrever
Olhando para todos os lados
Procurando o que fazer.
A injustiça ne abre os olhos
Faz a luz aparecer
Ai falo o que penso
Sem medo o que vai acontecer
A minha verdade
Não é a verdade de você
O que pra você é maldade
Para mim é a realidade
Do que acontece
Ao meu lado
Todo dia, toda hora
Do mundo inacabado
Do mendigo que emplora
Por favor
Um pouco do pedaço
Do bolo dessa vida, que acabou
Que não sobra para ele
Nem nunca sobrou
Sobrará migalhas
Que não poderas pegar
Porque os porcos comeram
As sobras que te pertence
Os restos das fileiras
O que sobrou da feira
Ninguém quer te ajudar
E quando enfim alguém aparece
Para isso informar
Caíram por cima os enxames
Das abelhas a te sufocar.