RESTOS DAS FILEIRAS

As vezes escrevo só pra mim

Nem tentes entender

A dor que cala meu peito

Difícil de esconder

É a mesma do jeito

Que as coisas tem que ser

E não são, num sei porque

As vezes fico calado

Pensando o que escrever

Olhando para todos os lados

Procurando o que fazer.

A injustiça ne abre os olhos

Faz a luz aparecer

Ai falo o que penso

Sem medo o que vai acontecer

A minha verdade

Não é a verdade de você

O que pra você é maldade

Para mim é a realidade

Do que acontece

Ao meu lado

Todo dia, toda hora

Do mundo inacabado

Do mendigo que emplora

Por favor

Um pouco do pedaço

Do bolo dessa vida, que acabou

Que não sobra para ele

Nem nunca sobrou

Sobrará migalhas

Que não poderas pegar

Porque os porcos comeram

As sobras que te pertence

Os restos das fileiras

O que sobrou da feira

Ninguém quer te ajudar

E quando enfim alguém aparece

Para isso informar

Caíram por cima os enxames

Das abelhas a te sufocar.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 20/12/2019
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