Orgulho...
Às vezes, tudo que eu queria era voltar a ser aquela menininha que via o mundo com olhos de ingenuidade, tudo era novo e a curiosidade era a minha melhor amiga.
Eu achava uma perda de tempo ter que dormir depois do almoço, quantas coisas eu poderia aprender nessaa horas que não tinham volta.
Há dias que tudo que eu queria era deitar na grama verdinha, sentir o cheiro do céu e adivinhar o formato que as nuvens tem.
Dá saudade de correr contra o vento, abrir os braços e se imaginar um pássarinho cheio de coragem e vontade de fazer ninho em outros lugares.
Mas num piscar de olhos a gente cresce e parece esquecer que um dia acreditou que esse tempo demoraria a chegar.
Talvez a gente nem perceba, mas ainda tem medo do bicho papão, mas agora damos outro nome a ele, ainda nos sentimos protegidos dentro de um abraço e o choro parece cessar quando temos um colo que acolhe o que tira o sorriso do nosso rosto.
Mas eu queria era que o methiolate sarasse os arranhados do coração e mesmo que ardesse um pouco, era só assoprar com cuidado que a dor passava rapidinho.
Eu ainda queria acreditar que poderia ser o que bem quisesse e não importava se era astronauta ou bailarina, os sonhos sempre são possíveis dentro da imaginação.
Mas confesso que no fundo eu ainda acredito que o mundo é um bom lugar pra viver e que seremos mais fortes se enfrentarmos a maldade com a mesma coragem que uma criança insiste em enfrentar as descobertas que a vida desembrulha todos os dias.
E mesmo não me tornando tudo que um dia eu sonhei, sei que aquela meninha que deixei pra trás sente um orgulho danado da mulher que me tornei.
Pois de tudo que eu poderia ser, eu decidi ser melhor a cada dia e de algum jeito espalhar um pouco de amor pelo mundo que me rodeia.