CIÚME & POSSE
O nascer tem a mão da divindade
Mão sagrada no rico conceber
No ventre já se entende a realidade
Do mais sã emaranhar do acontecer.
Esse tecer é ideado com amor
Um amor que liberta da prisão
Onde os anseios imperam com fervor
E o ciúme não condiz com a razão.
O ter ciúme é um esmero exagerado
Faz menos mal que a sensação da posse
Não abafado deixa o outro maltratado
Pois aprisiona sem direito a endosse.
A posse é uma moléstia dolorida
Que descontrola as regras do viver
O enlevado não mais vive a sua vida
Sofrendo para conter o outro ser.
Amar sadio é ter o outro em liberdade
Sem o abuso do ciúme sofredor
O desconfiar desarruma a verdade
De almas que vivem na essência do amor.