ÁGUAS
Água
Vens da profundezas da terra
Brotando no velho rio
Correndo em busca do mar
Água
Diria da tua importância
Fonte de vida
Anos contando a rocha
Formando abismo na terra
És do peixe a vida
Do ribeirinho a fonte
A natureza exuberante
Nas velas da canoa traça
O destino do seu povo
Suas raízes
Seus costumes
Barrada és, transformada em movimento
Pra uns ajuda, pro teu habitantes tormentos
Formando lagos de morte
Em teu curso
Barrando a tua chegada
Ao oceano se entregar
Água, dos índios seus donos
Dos homens, governo do abandono
Do esquecimento tratada
Padeces lentamente
Como gotas de lágrimas estampadas
Do velho Chico pendente
Bombas de sugam
Turbinas de param
O homem de cala
Teu leito adormece
Tua força se perde
Com a força do mar
Que bem devagar penetra
Em tuas entranhas
Tornando o doce salgado
A vida abundante
Em fiapos restantes
De seres no teu habitat.