ÁGUAS

Água

Vens da profundezas da terra

Brotando no velho rio

Correndo em busca do mar

Água

Diria da tua importância

Fonte de vida

Anos contando a rocha

Formando abismo na terra

És do peixe a vida

Do ribeirinho a fonte

A natureza exuberante

Nas velas da canoa traça

O destino do seu povo

Suas raízes

Seus costumes

Barrada és, transformada em movimento

Pra uns ajuda, pro teu habitantes tormentos

Formando lagos de morte

Em teu curso

Barrando a tua chegada

Ao oceano se entregar

Água, dos índios seus donos

Dos homens, governo do abandono

Do esquecimento tratada

Padeces lentamente

Como gotas de lágrimas estampadas

Do velho Chico pendente

Bombas de sugam

Turbinas de param

O homem de cala

Teu leito adormece

Tua força se perde

Com a força do mar

Que bem devagar penetra

Em tuas entranhas

Tornando o doce salgado

A vida abundante

Em fiapos restantes

De seres no teu habitat.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 18/11/2018
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