GERAÇÃO HODIERNA
“Aos poetas na diáspora da Arte”
Há quem se julgue que é poeta
Há quem poeta sempre se sinta
E há quem, de forma discreta,
Nenhuma das coisas consinta.
Ele há poetas da velha guarda
E há-os de geração hodierna
Há quem jamais lhe vista a farda
Mas tem sempre poesia à perna.
De poesia está o mundo cheio
Mas nem tudo será poesia
Pois qu´ os poetas de quilo e meio
São vezeiros na fantasia.
As palavras geram poemas
Mas nem todos fazem verso
Já que comportam tais dilemas
Que não cabem no universo.
Cada poeta é caminheiro
Que ciranda em sua diáspora
Revelando-se mensageiro
Vestido co´ a própria máscara…
Sempre novos os poetas velhos,
Talvez velhos os poetas novos
Por não aceitarem conselhos
Da egrégia cultura dos povos.
Andam pelo mundo, vencidos
Em busca da arte perdida,
Vão usando versos fingidos
Ao preço da poesia vendida…
Nas margens da terra e do mar,
Nos abismos da vossa mente,
Vós, ó poetas a delirar,
Criai poética eloquente.
Se andais errantes na procura
De um caminho que vos bendiga
Inspirai-vos, para vossa cura,
Na honesta poesia antiga.
Toda a palavra tem magia
E uma estrutura de paixão
Mas requer estro e harmonia
Num empenho de perfeição.
Rasguemos pois todas as brumas
Para não duvidarmos mais
E evitemos loucas espumas
P´ la leitura dos ancestrais.
O mais recto caminho da Arte
Em toda esta diáspora eterna
É neste debate tomarmos parte
Dando voz à geração hodierna!
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS