A PRAÇA É NOSSA
A igreja tinha uma praça
O vigário de graça
Cercou
Separando as traças
O ódio e o amor
No lugar do espaço
Restou a dor
Agora ficou a grade
Com as pontas das lanças
Tamanha sanidade
Desse milagre nunca alcança
E o local que era meu
Ficou particular
Para ninguém mais entrar
Só ricos perfumados
Os mendigos calados
Passam reto ao lado
Os caminhos capados
O direito de lá estar
Vou mandar uma carta
Pro meu amigo Jesus
Que la da sua cruz
Vai ter que me explicar
O cerco aos fiéis
Da sua moradia
Deixando ao reveis
A nossa agonia.
A PRAÇA É NOSSA