AO NADA

Aspiro em livrar o vício de minha carne

Infelizmente,

Vivo regado no excesso de dopamina

Vivo a repugnância de Roquentin

Sou um ser, um genuíno ser

Aprisionado em um turbilhão de noções ambíguas

Sou um ser, apenas uma causalidade

Aprisionado em não poder te ter pela eternidade

O que florescerá se deter de tudo e não ser nada?

O meu eu é o próprio nada (tu és também)

Procuro-te, procuro te repelir de minha essência

Não é viável, sou talhado ao nada

J Paulo Sousa
Enviado por J Paulo Sousa em 14/07/2018
Reeditado em 14/07/2018
Código do texto: T6390296
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