FINAL DE NADA
Tenho conversado com pássaros
Que me dizem sempre na mesma música
O mundo aqui fora é mais vivo
Intenso como a vista de um baixo cume
Triste benevolência
Que me fez aceitar catástrofes
Além das insensatas posturas anti-humanas
Responsáveis pela minha dissolução
Tenho visto o voo deles
Tão estranho como vento sujo
Esse que escurece meus pulmões
Enquanto o grito de minha entranha
Ressoa meus verbos falidos
O horizonte cinza não me dá medo
Salvo quando estranho vagarosamente
As sombras que pairam como penas caindo
Foge alma destemida
Abandona este miserável corpo
Que já não sente as forjas da paixão
Muito menos os impactos
Das distorcidas e ferrenhas quedas
Insistindo em adocicar
Os amargos sonhos do meu caminho.
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