Da janela para a rua
Da minha janela olho para a rua, observo o mundo
Olho para a rua e vejo o mundo a se movimentar depressa
Vejo Pessoas que se sustentam para não cair
Pessoas que desabam em seu próprio movimento
Movimentos que deslocam valores e sentimentos.
Da minha janela olho para a rua e sofro
Pela falta do olhar, pela maneira de calar e de falar
Pela indiferença e pelo estranhamento ao Ser
Surdez premeditada que revela o que há no interior
Sofrimento, nessa onda de horror.
Da minha janela olho a rua e imagino
Um mundo melhor, de beleza rara
Um mundo de GENTE que se abrace
Onde a dor do outro seja a própria dor
O que falta no mundo é mais AMOR.
Da janela eu olho a rua
Da rua eu olho o mundo
Do mundo eu percebo o outro
No outro vou me enxergar
A janela sou eu.