Digno da própria miséria
Digno da própria miséria
Por Jorge Ribeiro
www.pjribeiro.blogspot.com
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Que coisa é o homem? Que tem ele para o pensardes? Por que tanta pretensão e orgulho? Basta um sopro e o homem se esvai. Para que tanto Quero apenas ser digno da minha desgraça, saber suportar com altivez a minha fraqueza. É verdade que os maldosos podem usar da nossa fraqueza para subjugar, diminuir ou dirimir, mas é apesar das fraquezas que somos o que somos. Esconder a fraqueza é se tornar refém da própria miséria. O que geralmente se chama fraqueza são os tropeços que a natureza ou a existência impelem às pessoas. Se por um lado não é necessário está publicizando as próprias desgraças, cada um deve viver a sua condição como pessoa impar, de outro lado, tentar aparecer o que não se é exige um esforço desproporcional que acaba por destruir as possibilidades de respiro que ainda podem existir. A fraqueza muitas vezes vem abraçada com o orgulho e com a mania de querer se impor, por isso o dito que o fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte (cfr. www.pjribeiro.blogspot.com ). Isso confirma que o orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios. Fraqueza é fugir de si com medo de assumir as próprias responsabilidades. O fraco tende a se tornar arrogante para não demonstrar fragilidade, pois a ingratidão é uma forma de fraqueza. Diz o poeta: Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato. É preciso ser sincero consigo mesmo, sem recorrer aos refúgios, nem à religião, mesmo porque de um lado a religião amansa os bravos, mas do outro alenta os fracos e nenhuma realidade externa não implanta outro caráter.