MINHA POESIA

Minha poesia

Não se cria

Nos bancos académicos

Minha poesia

Procria

No cotidiano sistêmico

Minha poesia

Não fala de amor

Nem de alegria

Aliás, bem que gostaria

Minha poesia fala de dor

De solidão

De mim, do nosso irmão

Vagando pelas ruas

Antecedendo o camburão

Da vida nua e crua

Que termina no caixão

Minha poesia

Fala do povo

Da sua sina

Dos transtornos

Das esquinas

Dos abortos

É, somos essa maquete

Retalhos de gente

Relés indigentes

Sobras do banquete

Dos governantes cientes

Que estão nós matando lentamente.

MINHA POESIA

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 25/07/2017
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