A RECONSTITUIÇÃO DO OMISSO
*Elias Alves Aranha
Já neguei um abraço e armei laço,
Cassei passarinho, e destruí ninho,
Comi a merenda do paizinho, furtei frutas do vizinho,
Deixei de expressar carinho,
Fui malicioso e astuto de comportamento mesquinho.
Burlei com esperteza produzindo cópias de feitos falho,
Furtei a empresa fazendo minhas fotocópias no trabalho.
Neguei o perdão e fui radical na ação,
Deixei de expressar amor manifestando rancor,
Traí sem piedade por prazer a infidelidade,
Fui falso, mentiroso, acomodado, preguiçoso.
Julguei, critiquei, neguei e injuriei,
Promovi desavença, a descrença e cobrei recompensa.
Já sustentei mentira, fui causador de ira,
Ingrato, egoísta, atrevido insensato, caçoísta, exaltado,
Tentei convencer e imitei por prazer,
Expressei palavrão ao invés de oração.
Sou desonesto mesmo!
Arrependo de minha arrogância a esmo,
Sou imperfeito e cheio de defeitos,
Sem moral entre o bem e o mal,
Quero nascer com o arrependimento como a florzinha que medra,
Quem do pecado se julga isento, atire a primeira pedra.
Quero deixar de ser perdido,
Desejo ser achado e absorvido,
Hoje faço meu próprio juízo,
Quero suprir o prejuízo,
Suplicando num sentimento profundo,
Rogando o perdão a Deus e ao mundo.