O Veraneio
Lembro-me dos tempos de verão,
Alegre descalça sobre os asfaltos do entardecer.
Poemas trancados na boca, seca,
E as palavras nunca ditas, meu enlouquecer.
Lembro dos veraneios,
E dos sons que tocavam meus ouvidos, ninguem podia ouvir.
Lembro dos frescos iluminados passeios,
Corriam leões brancos aos meus olhos, a rugir.
Com força às vezes respirávamos,
O ar das terras e brisas frescas.
Encontro de dois mundos, sóis caindo,
E a podridão dos pecados, homens pagavam sentenças.
Lembro-me da força do amor a socar-me no abismo,
Doce abismo de amar entre olhos tortos.
A menina dos laços de fita espreitava ao jardim,
E no seu balanço eu me via em seus olhos entre estrabismos.
_Carolina Oliveira.