Síndrome de Drácula

na sala de estar

pálida

Fraulein me fita

lírica

ávido

miro seu pescoço

gótico

épica

a valquíria espreita-me

gélida

cético

duvido do seu acento

bávaro

etílico

antevejo uma noitada

homérica

na atmosfera lúgubre

a metamorfose lógica

)de súbito escondo os dentes(

lânguido

esboço um gesto

fálico

cai a madrugada

cálida

(bocejos)

caem os véus

de nossos corpos tépidos

no lúbrico leito

mãos sôfregas

tateiam um peito

flácido

línguas se enroscam

tácitas

lá fora

a manhã desponta

trágica

Luz Eiras
Enviado por Luz Eiras em 05/11/2016
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