Ressaca
Sou o ultimo trago do vinho
a ultima nota de lira fadista
sou insonia e anulação
penumbra de luz e pensamentos
vejo a tristeza travestida de riso e gozo
vejo a escória vulgar suja e torpe de nós
vejo o vazio
a solidão
o fundo da alma
sou a ânsia de vomito,
a aurora da madrugada vigente
a poesia floral de um guerrilheiro
e a espada ensaguentada de uma sutil dama
vi a ressaca de amor e de porre
a ressaca do mar
vi de perto o exagero compensador, a compensação
a insensatez do ímpeto