Flores de Concreto

Urbanas divagações,
noturnas sensações de
invasão de privacidade.
Janelas nas minhas janelas;
varandas,  telas e grades;
carbônicas derrapagens
afluem aos ouvidos e narinas.
Ouço rojões,
festa e balões?
Um pisca-pisca
reflete na minha sala.
Já não consigo distinguir ambulâncias de viaturas.
Loucura?
Aves de rapina espreitam-nos a cada esquina,
calçada,
forquilhas.
Ó criatura urbana,
segue tua sina,
ora e clama ao Senhor
por ti,
pela família,
 pela urbe ultrajada.
Há que se plantar esperança em meio ao concreto armado.
 
Rogoldoni
03 05 2016
Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 03/05/2016
Reeditado em 03/05/2016
Código do texto: T5624463
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