Mulher
Já usei o romantismo
pra falar de uma mulher,
hoje uso o realismo
pra mostrar como ela é.
Metida como uma burguesa,
insatisfeita como a escuridão,
linda como uma portuguesa,
dona da nossa revolução.
O olhar é penetrante,
com um feitiço no ar,
beleza que é deslumbrante
e pode nos matar.
Teu olhar é uma nascente,
que corre mansa entre valas,
me deixando dependente,
das suas humildes falas.
Cachoeira de algodão,
que cai a florescer,
penetra no coração,
sinto mas não posso ver.