Mulher

Já usei o romantismo

pra falar de uma mulher,

hoje uso o realismo

pra mostrar como ela é.

Metida como uma burguesa,

insatisfeita como a escuridão,

linda como uma portuguesa,

dona da nossa revolução.

O olhar é penetrante,

com um feitiço no ar,

beleza que é deslumbrante

e pode nos matar.

Teu olhar é uma nascente,

que corre mansa entre valas,

me deixando dependente,

das suas humildes falas.

Cachoeira de algodão,

que cai a florescer,

penetra no coração,

sinto mas não posso ver.

Ricardo Letchenbohmer
Enviado por Ricardo Letchenbohmer em 22/02/2016
Código do texto: T5551043
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