Distanciamento da representação invertida.
Tenho a mais absoluta certeza.
Deus não existe.
Do mesmo modo a alma.
Tudo que sei é que serei tão somente pó químico.
E que a minha eternidade será poeira cósmica.
Tudo isso é magnífico.
O entendimento da não existência.
Passando pela breve vida.
Pude entender coisas exuberantes.
Uma delas a não existência de deus.
O absurdo que é a própria vida.
O vazio do infinito.
A antimatéria como fundamento.
A linguagem produção inventada.
A repetição eterna do nada.
A sorte de poder entender.
O mundo como ideologia representada.
A verdade a realidade invertida.
As mentiras transformadas em imaginações crueis.
Dominadoras das mentes imbecis.
Estar nesse mundo.
É uma grande perda de tempo.
Entretanto, não existem outros mundos.
O que existem são universos contínuos intermináveis.
Todos remontam a um mesmo princípio atômico.
Conglomerados de átomos primevos.
Derivados do gelo.
Todas as coisas existentes fundamentam em uma única lógica.
Motivo pelo qual existe apenas um átomo primeiro.
As somatórias das fantasias são continuidades eternas.
Em mundos mitológicos.
Entretanto, ser o que somos.
Ignorante como são os sapiens.
O entendimento, muita vontade de chorar.
Em saber que em um determinado instante.
Sequer os sinais existirão.
Tudo que sei apenas a negação.
A representação inversa da ideologia imaginativa.
O que a mim é representado, apenas o vazio.
O que virão depois de ausências intermináveis.
Por um momento de fraqueza.
A tentação de inventar deus.
A alma.
A distância de uma ilusão.
Por último como compensação o paraíso.
O que restará como perspectiva de futuro.
O desejo do presente.
Por um minguado tempo.
Direi a vocês.
As realidades constantes.
O interminável desaparecimento.
Em breve não estarei em lugar nenhum.
O que é da lei natural.
Restarão tão somente minhas palavras.
muitas delas indeláveis.
Apenas uma pobre representação invertida aos valores culturais dominantes.
Muito melhor que a loucura, o espírito alienado.
Uma vez que o homem é essencialmente fragilidade.
Suporta a vida se poder viver a mentira.
Como fundamento permanente.
De um frustado fracasso existencial.
Edjar Dias de Vasconcelos.