Inocência

Ao fim da inocência se aprende o medo:
Emulsão pastosa que logo engessa.
Pondo fim ao bem viver por degredo.
O sofrer aumenta e a dor não cessa.
 
Para quebrar o gesso vêm a droga:
Ferramenta dos ingênuos e aflitos.
Mas o saber vacina e desafoga,
E a palavra amiga solve conflitos.
 
Temor é debilidade humana:
Natural e típico de quem vive,
A jornada efêmera e tirana.
 
Mas, quem encontra razão, sobrevive.
Talvez na fé, na arte, mesmo na grana.
Conta que da vida, nunca se prive.