com a caneta numa mão e o cigarro na outra

vou me entregando no papel, ao papel.

sou sofrido e ferido

já fiz sofrer e feri

já fui de uns e de umas

hoje sou meu.

já bebi umas e fumei uns

já chorei e fiz chorar

já fui preso;

arranquei a chutes minha liberdade,

arranhei as paredes da prisão até minhas garras caírem,

deixando à carne morta minha mão.

da minha voz eu não abro mão.

já fui homem no melhor dos sentidos, na minha poesia sou Deus

já senti e fui sentido, fiz sentido

remanejei minhas palavras e minhas batidas,

revoluciono meu meio e grito no motim até minha garganta sangrar, quem sou eu.

hoje, carrego amores presentes, passados e mágoas

carrego-os na minha dose e os mijo depois.

carrego dores e alegrias,

prazeres grandes e pequenos, lúbricos

quereres febris e amenos, lúdicos

carrego memorias e lições.

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 14/09/2015
Código do texto: T5381299
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.