SINAIS DOS ANOS VIVIDOS

Esta lágrima que me rola pela face

É amarga e quente,

Amarga como o sal

E quente como o sol.

Este sorriso que me vem à boca,

É um sorriso improvisado,

Por mim bem ensaiado,

Não é um sorrir à toa.

Estas rugas que me marcam o rosto,

São indeléveis, naturais,

São rugas de que gosto,

Semelhantes aos rurais.

Estes cabelos escassos e brancos,

São como os anos vividos,

Abandonados e esquecidos,

Já são poucos, não tantos.

Este andar lento, inseguro e cauteloso,

É um receio tão natural,

Por ser assim perigoso,

Quero evitar maior mal.

Este escrever constante e inspirado,

É um prazer infindo,

Que profundo, sinto,

Por estar realizado.

Esta vida recatada que me persegue,

Traz-me feliz e contente,

Faz de mim um crente,

Num futuro que imerge.

Ruy Serrano - 23.05.2015

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 22/05/2015
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