DESTERROS
Dos gritos amargos
Da alma vazia
Dos medos profundos
Das noites tão frias
Surge nos montes
As palavras perdidas
Quem não a conhece
Se perde pela vida
São tantos tremores
Que a escuridão provoca
São tantos dissabores
Que a solidão evoca
Nas noites perdidas
De sonhos e paixões
Onde sem querer
Caímos em seus grilhões
Buracos sem saída
Das visões sem fim
Onde o estremo
Parece ser bem ali
Mas quando se acaba
Ainda tem muito mais
E aonde parece o final
É ali que nada jaz
Por mais que se enche
Nunca se satisfaz
É minha cara, minha cara
Minha cara desilusão
Onde o homem põe a cara
Não convém ao coração
Vícios ou vicissitudes
Nem mesmo a maior atitude
Mudará a intrépida e velha razão
Nem filosofia, nem poesia
Nem tristezas nem alegria
Mudará minha ultima decisão!