SINFONIA VERBAL

As palavras fazem orgias

De longe elas são sabias zombarias

Nossa realidade deprimente

Transforma nossa vida numa catástrofe natural

Ou mesmo, uma desgraça sorridente

A cada gota de suor

Resplandecemos mais que o sol

As camas viram covas

E deitados, agonizamos famintos

Como um covil de cobras

Perdidas num labirinto

Sete portas abertas

Nossos dedos apontam para uma

A que revela o inferno

Enquanto escutamos Wagner tentando inventar palavras

Para uma bárbara melodia

Nossos ouvidos gostam do silencio perene

Nossos olhos gostam de estar fechados

Nossa alma é fria e calada

E nossa doente carcaça quer ser enjaulada...

Mauricio Rocha
Enviado por Mauricio Rocha em 07/03/2015
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