SINFONIA VERBAL
As palavras fazem orgias
De longe elas são sabias zombarias
Nossa realidade deprimente
Transforma nossa vida numa catástrofe natural
Ou mesmo, uma desgraça sorridente
A cada gota de suor
Resplandecemos mais que o sol
As camas viram covas
E deitados, agonizamos famintos
Como um covil de cobras
Perdidas num labirinto
Sete portas abertas
Nossos dedos apontam para uma
A que revela o inferno
Enquanto escutamos Wagner tentando inventar palavras
Para uma bárbara melodia
Nossos ouvidos gostam do silencio perene
Nossos olhos gostam de estar fechados
Nossa alma é fria e calada
E nossa doente carcaça quer ser enjaulada...