A travessia...
Numa nau embarquei contra minha vontade,
No verde do mar eu vi minha vida passar,
Descobri que depois da triste partida,
Já não tinha mais liberdade!
A fome e o cansaço, findou os nuanses da esperança,
Minha lágrima, um oceano de lembranças,
Minha fé, o que restava,
A homens, mulheres e crianças!
Nosso valor os dentes diziam(rangiam),
Nossos corações na chegada se partiam,
Meu filho, minha mulher, minha mãe,
Jamais se encontrariam!
Trabalhei de sol-a-sol,
Com o coronel, a chibata, a flandres e o nó,
Essa mercadoria que pra poucos valia,
Pra muitos marcas e marcas ficariam.
Mas não tenho registro de tudo o que foi dito,
O livro não pode dizer não!
Navio já não pode aportar,
Trazendo meu irmão.
A usina, que ironia, tem fogo morto,
As terras devolutas são!
O meu irmão morreu,
E a liberdade foi em vão!