Castelo dos Sonhos

De meus sonhos, o meu erguido castelo,

Quem diziam amigos do coração, derribaram,

E perante meus olhos destruíram do desejo, o anelo,

E de minha alma, os sonhos apagaram.

Vejo o quanto isso repercute profundamente,

Depois de quantas ilusões jogadas ao pó,

Nada mais agora do que suportar somente,

Deixando descer de garganta abaixo esse amargoso nó,

Quantos amigos imaginei que me causasse

Piedade, em vez de uma terrível ganância,

São eles quem pensei que hoje me alimentasse,

Em vez de amizade, uma repugnância.

Tragaram minhas ilusões em um só momento,

Mas a confiança me cegou, e se foram,

As imagens produzidas no pensamento,

Que só na lembrança inda moram.

Como se fosse hoje ainda lembro,

Que inocentemente acolhi,

Como se da família fosse membro,

Uma amizade obscura vivi.

Em outros tempos quando a inocência,

Circulava todo o meu sistema,

Quando ainda eu não tinha ciência,

Como se nada pra mim fosse problema.

Quando um véu escuro tampava meu consciente,

É que nisso a dor e o agravo não pressenti talvez,

Nem me passou nada de suspeita na mente,

Nem lágrimas pressenti descer da embriaguez

Do engano fatal que me evaporou,

E me desintegrou em infinitas partes,

E que depois de tanto sorrir se apagou,

A ilusão de querer se iludir com artes.

Me lembro de quantas decisões tomadas,

Diante de um querer tremendo,

A face de um sonho pelas calçadas,

Do castelo que estava erguendo.

Portanto agora eu só lamento,

Já que nada a fazer além disso,

Tudo que posso é escrever esse momento,

Que estou vivendo esse meu improviso.

Por que na verdade alguém vai ler um dia,

E essas palavras irão ficar plantadas,

Sejam convertidas em tristeza ou alegria,

Com trilhas de minhas pegadas.

Neste deserto ninguém quer passar,

Nesse terror de sol quente ao relento,

Sei que não dá mais pra improvisar,

Quero saciar-me, pois estou sedento.

Autor; Gionaldo S. Lopes

Veja a Resposta "refletida" desta Poesia, em "NEGLIGÊNCIA" do Autor Gilson R Albarracin