ASILO
Leitos de barras brancas,
banhos de rotina,
pantufas, aspirinas.
Asseios ligeiros,
como que em mobílias...
Porém, ficam-se os janeiros.
Os odores diuréticos de pílulas.
Laranja senil, na boca da vida.
Depois a dentição
num copo de água fria.
E na noite menina
se teme da angina: seu último açoite:
O golpe daquela, que a tudo o que é
vital; lamína.
Domingo:
[ dia de visita.
Espera, euforia.
Melhor roupa; e
ensaios do que diriam.
Da altura assumida
nas jóias de cometa.
Maquiadas borboletas,
sem asas de partida.
Domingo,
um século piscado, num casulo de bingo.
A quase meio fim, dos aguardados...
Meus olhos quebram martelados, mil d’Eles dentro de mim.
Acanho
minha tez
quebrada, no castanho
aberto da areia...
Ou no afago mudo de um estranho....
No templo futuro de minha vez.